Quando estive na Áustria tive a oportunidade de conhecer a capital da Slovenia, Ljubljana (lê-se "Lubiana"), onde encontrei um forte sentimento nacionalista quando visitei o castelo da cidade, numa apresentação 3D sobre a história da cidade. A Slovenia já percorreu o caminho que o Kosovo acaba de começar.
Não sei porque me fascina, talvez porque vivo em uníssono o sentimento de liberdade, ou o que julgo existir dentro de cada kosovar. Nunca tinha vivido semelhante separação de um país desde o desmembramento da antiga URSS. Por vezes o divórcio pode não ser o melhor remédio, mas sempre temos a oportunidade de recomeçar, reconstruir, respirar fundo.
A fronteira entre a terra e a água chama-se costa. A fronteira entre a terra e a liberdade chama-se Kosovo.
Dreams for sale is a Twilight Zone episode, revival of classic Rod Serling series. What is the matrix?
Houve tempo em que uma rima era sinónimo de poesia. Acredito que a origem esteja na música. Na altura dos jograis, quando cantavam e dançavam para os reis, a rima acompanhava o ritmo do som dos instrumentos. Prefiro questionar, pelo avesso do avesso.
Provavelmente poucos lembram-se do livro Future Shock, um clássico futurista do sociólogo Alvin Toffler, lançado na década de 70. Cabe-me lembrá-lo neste post. Alvin Toffler passou recentemente por terras lusitanas e, de sua entrevista ao Jornal das Nove da SIC Notícias, fica o destaque do porquê seu voto a Barack Obama. Bravo Mr. Toffler!
Os filmes são, pelo menos aqueles dos quais me recordo: Minority Report, Total Recall, The Matrix, Ghost in the shell, Blade Runner, Robocop, I Robot, AI.
Por mais pop que um filme seja, por mais comercial. Há uma rede através de alguns filmes de ficção científica. A eterna pergunta que fica: o limiar entre homem e máquina. Há filmes que mostram a máquina em busca de humanidade, outros o homem-máquina. Matrix abordou a virtualidade da própria vida. Estaremos a viver num sonho de uma máquina, algo que hoje traduzimos como um ambiente virtual oferecido por um jogo da playstation 3?
Não questiono a transitividade dos verbos. Prefiro questionar o significado e utilização das palavras. Se a metalinguagem torna a palavra rígida, porque não recriar a palavra? Marcelo, marmelo, martelo! Amanheci em Matosinhos, com o sol a aquecer-me a cara.
Permitam que o verbo anoiTecer seja transitivo... O dia acaba, não o dia luz, mas o dia tempo: são 23:36 e o blog anoiTece, eu anoiTeço, mas é só o início, só o início.
Sim, estou a falar da foto de Hallstatt. O casal aprecia o lago. Confesso que é difícil desviar o olhar do movimento da água. Vai perceber o que quero dizer quando lá for. Há um ruído que permanece no ar, um ruído saído do silêncio, envolvente. O casal percebe este ruído e faz dele o fundo preto da sua conversa. Eu observo.
Hoje não percebo o que me atrai mais na foto: a paisagem ou a conversa. Conter um instante dentro de outro instante, a foto da foto.
This is for your eyes. It's hard to believe, you have to go there to feel by yourself something that any word can tell:
This picture was taken in the most beautiful place in the world, at least that my eyes ever have seen till now: Hallstatt, Austria. The cat is actually looking to the lake. It's amazing how the cat is so quiet, like it is part of the view. For this moment, I decided to catch the cat in the picture.
Vazio, escuro, sem vida? Não, apenas um fundo grávido de palavras. Porque as cores, a luz são apenas presenças que se destacam na ausência. E nesta ausência, cada tecla no teclado junta-se ao ritmo, tecendo a rede, criando espaço, preenchendo o invisível, intangível, inanimado. Faço de mim apenas meio para esta rede, meus dedos teclam, o teclado responde, o computador repete e o lcd confirma o que meus olhos vêem.
Quando me pergunto o que o meu trabalho pode trazer à poesia, lembro que quem escreve, mesmo que sejam linhas de código c# no visual studio, sabe que, quando estiver pronto, deixa de ser seu o que escreveu, ultrapassando a fronteira das horas perdidas ou ganhas em frente ao écrã lcd da sua workstation.
Ser poeta não é só escrever poesia. Ser poeta é saber esperar pelo leitor, reinventar o peixe a ser pescado, reconstruir no imaginário de quem lê cada palavra, como se o hipertexto da linguagem permitisse levantar a veia poeta do próprio pescador.
Somos todos pescadores, ou pelo menos devemos ser. Meu avô já dizia que não podemos ter o peixe, mas aprender a pescar. Pescamos é coisas diferentes: uns pescam conchas na beira da praia, outros mesmo peixes. Outros ainda, como eu, pescam fios, pequenas ligações, continuidades, algo que ancore ao mundo por um breve instante, mas sempre em diferentes portos. E é no cais que encontro lugares que nunca vi, pessoas que julgava não ter a oportunidade de conhecer. O cais é o porto de encontro, mas é só o início, só o início.
