terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Fogo que arde, ferida que dói

Febre, o coração a bater forte
e uma ansiedade que se quer controlar
mas incontornável
Dos lugares comuns que lemos, ouvimos
nos poemas, nas canções
Nada se compara ao
sentir, viver, experimentar
O tempo pode passar, separar
Mas a cada encontro é isso
O incontornável
O que faz sofrer
E que vale a pena voltar a fazer

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Ramos, braços, corpo, tronco

Misturo-me nos braços,
Ramos de vida, cor, flor
Alma una, corpo e tronco
Sexo e pólen, fruto e amor
Faço curvas,  teço céus
Crio verdades, escuto destinos
Respostas mudas, voz do sorriso
Atenções distraídas,
Passos em vão
Ou não
São vontades
Essências
Vida
E um abraço infinito

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Força natural

Chove torrencialmente.  As ameixoeiras-cereja, a agitar as pequenas flores de meados de Fevereiro, inclinam-se ao sabor do tempo. O vento que levanta telhas, a água que enche o subterrâneo e transborda, a terra enxarcada que já não absorve o que lhe corre em direcção do mar; nada incomoda as pequenas flores, que continuam ao sabor do vento, à espera do seu tempo de fruto, à espera da primavera e dos insetos.  O que é forte o suficiente para alterar o que o homem fez em meses, não consegue alterar o ciclo da vida de uma delicada flor.  A força natural prevalesce.