quarta-feira, 16 de maio de 2018

Conversas com Nietzsche II

A primeira vida, a de Jade de Amar um cão, Maria Gabriela LLansol.
A segunda vida, nosso "cão do futuro", que já encarnou, mas como cão filósofo, Nietzsche.

Parece atento em sua cegueira de luz comum,
Procura a bola pelo olfato, para brincar quando chego.
As patas, calejadas do chão de cimento das ruas,
Descansam quando gira quase infinitamente até encontrar sua posição
E deita, finalmente, como um círculo.

Amar um cão é abraçá-lo sem lhe machucar as asas de anjo
Porque todo cão é um "anjo mais sublime", um eterno companheiro de quem o escolheu, como um "anjo protetor".

Nietzsche, sabias que tu podes ser a reencarnação de Jade?

Um dia voarás como Jade e quando o fizeres, leva esta "cena fulgor": estes momentos, estas memórias de cão filósofo, e revive nela!

"É esta relação de alma crescendo, que se estabeleceu entre nós; é esta relação, fora da luz comum, que estabelece as diferenças que desempenham o papel de elementos perturbadores nos hábitos de servir os afetos"

Textos entre aspas de Maria Gabriela Llansol

Talvez, quem sabe

Talvez, quem sabe, no entanto, todavia...

Talvez, quem sabe, o mundo acorde
se
tentarmos, pelo menos uma vez
colocarmo-nos na posição do outro
e
VER
o quão ridículos e desrespeitosos
somos
quando vemos a diversidade
como algo "estranho" e que nos pode
influenciar negativamente.

No entanto, todavia, é mais fácil
para a humanidade continuar a discriminar
toda e qualquer fuga do padrão.

O que é o padrão senão uma corrente
pesada
que nos acorrenta
ao não ser.

Esquecemos diariamente que somos alma
e apenas possuimos um corpo,
breve e efêmero,
que pulsa agora sua itensidade
e que deve amar incondicionalmente,
crescendo e fazendo crescer
o outro

No entanto, todavia, talvez, quem sabe

sábado, 21 de abril de 2018

A felicidade

A felicidade é o momento.
Ouvi ontem de uma enfermeira sobre seu trabalho e o medo da falta de saúde mental. Seu bebé nos braços de um paciente fez-lhe refletir e conjugar a inocência do bebé, seu receio enquanto mãe e a alegria do paciente.

A felicidade é o momento.
Hoje na natação observava o reflexo das ondas na piscina entre o teto branco inclinado e ouvia uma menina pré-adolescente com transtorno do espectro autista a cantar uma canção do AXN.  Seu pai, preocupado, desculpava-se enquanto repetia-lhe para mergulhar eultrapassar cada raia. Ela cantava, entre cada raia, alegre, alheia à preocupação do pai.

A felicidade é o momento.
Todos os dias nosso cão filósofo, quando nota que acordo, vem do meu lado e espera afagos e que, depois que eu levante, lhe dê comida. Seu olhar cego pede com sua expressão que lhe encha a tigela. Entretanto, espera sentado o barulho metálico da tigela cheia em seu suporte. Seu rabo, a balouçar, denuncia sua alegria.

A felicidade é o momento.
Por vezes penso sobre a felicidade em si. Somos felizes ou estamos felizes ao longo deste processo a que chamamos vida? São momentos. E o equilíbrio está em aproveitar estes momentos em que estamos felizes e aprender com os outros.

E sim, a felicidade é o momento.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Conversas com Nietzsche I

Qualquer animal:

tem fome,
tem sede,
tem vontade de passear,
de brincar,
sente saudades,
dá bom dia e boa noite à sua maneira,
é fiel aos seus,
dorme e sente frio,
ressona (também),
quer aconchego,
sonha e
tem alma!

Como podemos achar que somos seres superiores por sermos humanos?