Sol e lua, cor vermelha
Sal e tua cor de areia
É o grito, é o canto
A força do mar
É mais
É sede que não tem fim
É pensar no amanhã ainda hoje
Porque a saudade começa
Onde a espuma ainda bate
E a água recua
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Sede
terça-feira, 26 de agosto de 2014
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Sonhei
Hoje sonhei
Num dia
Vi-te a andar no nosso jardim
Estavas com teu filho
Sentada num degrau de escada
Observavas as árvores
Quando desci já descansavam
Deitados no mesmo degrau
Esperei
Outro dia entravam em casa
Teu filho estava acompanhado
Por duas amigas
Pareceu-me ver
E sorriu
Depois vieste tu
E abriste os braços
Eu acordei
Porque não precisava mais dormir
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Laranjas
Quantas laranjas tem o meu azul?
Tantas cores como meu telhado
Portas fechadas, janelas abertas
E o sol, a luz, rainha das cores
A brincar com as frutas e as folhas
E o vento a aventar hipóteses
Antes que a noite caia
E a árvore, pouco mármore,
Vergue-se para ver-te subir
e colher sorrisos
ou ter as laranjas colhidas?
Quantas? Não
São momentos sem conta
Azul_______ejos
Padrões, azulejos pouco azuis,
"cores de Almodóvar, Frida Kahlo, cores" (Adriana Calcanhoto) ,
Tradições,
Trazes traduções, culturas,
vidas______________
Raízes e a fé
Maior que a vida
Estampada em paredes
Esperança, esperar como uma criança,
Esperar uma criança, esperar
A palavra____________________
A vida é uma palavra,
uma vontade a interpretar
Depois de dita, feita, criada
E perdura como a cor
Do azulejo que não é azul
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Abraçar o mundo
Quero abraçar
Abraçar o Mundo,
Mas o vasto mundo, vasto
Não cabe, não espera
Sinto-me incapaz
Mas logo depois, vejo que há humanidade
E acredito
Persisto
E vejo nascer, crescer, esperar ser
No meio da guerra, no meio do nada
E vivo, feliz
Sabendo que as árvores resistem ao vento
E o homem sobrevive à inumanidade do próprio homem.
E a cor do dia que vem a seguir
O Bom dia que todos querem ouvir
Fica na vontade, na ação, no poder que todos têm
E todos esquecem
Porque por vezes não interessa ter dor
Dói a dor
Mas custa doê-la para esmerecê-la
Cuida, Ama, Doa.
Perdoa, dá início e continua.
Ama.
Menina linda
Imagino Drummond, aquele sentado no banco da praia
Vendo tu chegares:
A praia é toda tua, menina!
Mas antes de entrares, senta-te ao meu lado
E conta-me tuas histórias
Como fazes e desfazes os nós do teu cabelo dourado
Como refletes o mar nos teus olhos
Como sorris com todo teu rosto
E vives cada dia como se fosses borboleta
terça-feira, 13 de maio de 2014
Mar de letras
Ligo o princípio da palavra
Ao fim do que está em mim
Cada letra soa, voa, só
Perdoa, volta, resgata
O mar apaga
Fica a sombra e a memória
sexta-feira, 11 de abril de 2014
Se
Se não fosse
Se houvesse, ouvisse, falasse
Se não hesitasse
Se não olhasse
Se tivesse, escutasse, dissesse
Tantos ses, tantos
E o amor
Sem se, sem fim, em mim
Dura e perdura
único
Cura
Vivo da vida, da memória, do amor
Vivo em mim, vivo em árvores, na terra
Vivo em cada
cada nada
um punhado de areia
um coração de criança
uma folha
uma nota
um abraço
e do que encontrei
a cura é certa
mas ainda há falta
do que me completa
terça-feira, 8 de abril de 2014
Perder
Amo e vejo-a longe
Continuo, penso e torno a caminhar
Perco-me
Vejo-a perto, mas longe
Não consigo encontrar
Não me vejo, não me sinto
Calo o silêncio
Grito mudo
Da distância presente
No sorriso ausente.
Quero falar, reviver
Refazer, reescrever
Perder é ceder
Libertar é amar
segunda-feira, 31 de março de 2014
Deveras sente
que deveras sente
dor, que dói............
e não se sente?
Não. Sinto.
E dói, permanentemente,
como uma dor presente,
parte do todo,
sem parente,
sem qualquer parecença,
uma dor
como outra qualquer?
Quando dói, fá-lo à toda gente,
comum e particular,
diferente e semelhante,
juntos na dor,
que dói
e teima em doer.
Mas é física esta dor?
Não.
É qualquer coisa,
que não sei explicar
mas dói.
terça-feira, 18 de março de 2014
Quem me chama?
Dúvida ou missão
Pergunta ou caminho
Destino?
Pessoa, Llansol
Caminho?
Heterónimo, eu................múltiplo
Abraço o mundo
Quem me chama,
Dizia eu
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Fogo que arde, ferida que dói
e uma ansiedade que se quer controlar
mas incontornável
Dos lugares comuns que lemos, ouvimos
nos poemas, nas canções
Nada se compara ao
sentir, viver, experimentar
O tempo pode passar, separar
Mas a cada encontro é isso
O incontornável
O que faz sofrer
E que vale a pena voltar a fazer
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Ramos, braços, corpo, tronco
Misturo-me nos braços,
Ramos de vida, cor, flor
Alma una, corpo e tronco
Sexo e pólen, fruto e amor
Faço curvas, teço céus
Crio verdades, escuto destinos
Respostas mudas, voz do sorriso
Atenções distraídas,
Passos em vão
Ou não
São vontades
Essências
Vida
E um abraço infinito