Que as raízes que me ligam à terra
E a alma que me liga a este mar
Sejam como o nosso respirar de amor
Por um momento meu canto contigo compactuar"*
E então descubro que tenho sede, mas não tenho sede de água. Tenho sede de rede.
Despertas-me poesia
Não só hoje, nem só há 10 anos
Quando chorei de alegria em ter-te
Pequena e embrulhada nos braços
Despertas-me poesia a cada dia
Com teu crescimento, tua vontade
Teu sorriso, tua sede de vida
Despertas-me sonhos
A matemática diz mais de 3650 dias
O estudo do meio mostra-te o mundo
A língua portuguesa transcreve o amor
Em palavras livres como esperança
Parabéns, filha!
Tenho sede
De um beijo condensado e roubado
De um abraço demorado
Do tempo que ainda posso viver
Dos lugares que ainda posso conhecer
Dos sabores por provar
Dos sorrisos por cativar
Do entardecer
Tenho sede de vida
Sede de ti
Ao que se auto-denomina Estado denomino opressão.
Quero fazer do Estado a questão e da liberdade, a bandeira.
Quero que os discordantes respeitem a diferença e que as concordâncias façam mais que diplomacia.
Quero dizer não ao medo mesmo que tenha medo.
Sentir que a diversidade nata e o pensamento não são motivo de discriminação ou chacina covarde, de desapego ao que é humano.
Quero pensar que ser humano é tão humano como animal e se ser animal é não ser humano então que sejamos menos humanos.
Quero paz, quero futuro.