quinta-feira, 10 de julho de 2008

Silêncio II

Agora que partiste para longe é que sinto tua falta.  Há fios do teu cabelo ruivo na minha roupa.  Há teu cheiro nos lençóis.  O silêncio depois da tua voz pela casa, que só ouvirei mais tarde, quando já estiveres longe.  Parece-me que ficas comigo, mesmo agora sem ti, e que o tempo cria este sentimento que só se percebe quando se viveu o que se quer reviver, como a ficção de um desejo que existe apenas como desejo.

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