segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Semi-qualquer coisa

São quase 21h30.  O pai já despediu-se da filha.  A casa volta a estar semi-iluminada, semi-habitada.  Ele vê as notícias, a terça-feira que se aproxima, o tempo a passar.  Tem à sua frente o pixel vivo do televisor LCD, que também é seu monitor, que também é parte desta sede que o liga ao mundo, A Rede.

É inacreditável a força desta Rede, que nos aproxima, nos une, nos torna uníssonos.  Somos cada qual em cada vida, a que escolhemos,  e participamos activamente na vida dos outros “cada uns”, dos espelhos semi-habitados, dos reflexos por iluminar em outro canto qualquer do mundo.

Também é já parte deste espelho incompleto em busca de reflexo.   É parte de algo que está sempre por descobrir.  Parte de qualquer coisa, e agora cá, a esta hora, neste lugar, o pai é semi-qualquer coisa.

1 comentário:

Tuki disse...

o pai nunca é semi-qualquer coisa se já aprendeu o jogo da presença-ausência - a cena fulgor do encontro

quando ela parte, fica contigo e tu vais com ela, no laço afetivo que construíste/construíram

lê o que escrevi no noticias do cais