O olhar pede
O braço estende-se a cada passagem
O corpo curvado, sob uma manta envelhecida
E um lenço molhado pela morrinha matinal
A idade não perdoa
O olhar pede
Brilha a cada possibilidade
Não podia na ida, havia de passar na volta
Basta uma moeda, só uma
Para acompanhar as poucas
Insuficientes para o fundo
Insuficientes para a vida
O olhar pede
E na volta, estendo a mão
E a senhora estende a caixa branca, quase vazia
Sorrio e digo bom dia
"Obrigado", diz
E, iluminando meu dia,
"Deus lhe dê saúde"
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
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