quinta-feira, 10 de julho de 2008

Por vezes II

Por vezes só mesmo um milagre pode reverter situações como a fome. Sabemos que nem todos escutam esta música como um apelo, fazendo sua vida sem pensar que estão a contribuir para que a desigualdade e a injustiça continuem. Mas podemos agir, mesmo que em pequenas acções do dia-a-dia. Podemos e devemos. A recompensa é a resposta à questão, a missão que todos desenvolvemos cá, de sermos felizes e fazermos os outros felizes, pois sem a felicidade dos outros, a nossa torna-se mesquinha, orgulhosa, sem sentido.

Por vezes sinto uma vontade inesperada e crescente de abandonar ao que chamo de vida comum, numa cidade, com o conforto urbano, e tornar-me verdadeiramente pró-activo em relação a estas questões. Porque não ir para onde os problemas acontecem, onde o conforto não quer ou não pode chegar, para onde realmente precisam de mim? Será normal envelhecermos confortavelmente nas nossas vidas citadinas e passar este mesma comodidade a nossos filhos, perpetuando a inércia que nos faz achar que devemos ser cada vez mais competitivos, no ritmo capitalista? Como esquecer quem não pode concorrer nesta competitividade por não ter tido condições desde o seu berço?

Por vezes, um milagre, por vezes, a vontade. Questões sem resposta definida, despistadas pelos nossos problemas que achamos grandes e que são tão pequenos. Andamos a vida toda a resolvê-los e esquecemos dos verdadeiros problemas. Precisamos de mais milagres, mais vontades.

3 comentários:

tork disse...

então, nada a comentar... mas um aperto de mãos vai bem...

Antonio Soares disse...

Tomei a liberdade de colocar os comentários ao teu post como um novo post.

Tuki disse...

como já enunciou Pessoa, querendo, queremos o infinito, mas fazendo...