Já não haverá figos este ano. Agora no lugar do teu tronco está o vazio, a falta do futuro paladar. Fica a memória de comer ao teu pé agora descalço na estrada, transformado em lenha pela motoserra. A terra que te amparava vai acamando e no meio da lama e da chuva, alguns figos ainda verdes que perdeste já não crescem. Fica o paladar de outrora, o fruto aberto, avermelhado, o saber doce, puro mel.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário