domingo, 24 de agosto de 2008

O paladar que foi futuro

Já não haverá figos este ano. Agora no lugar do teu tronco está o vazio, a falta do futuro paladar.   Fica a memória de comer ao teu pé agora descalço na estrada, transformado em lenha pela motoserra.  A terra que te amparava vai acamando e no meio da lama e da chuva, alguns figos ainda verdes que perdeste já não crescem.  Fica o paladar de outrora, o fruto aberto, avermelhado, o saber doce, puro mel.

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