Ontem desci a Avenida de Merignac até à Villagarcia de Arosa. Matosinhos parece sempre igual junto ao Hospital Pedro Hispano, árvores ao fundo, no Parque de Real, os jardins, o Metro a ranger o ferro, as famílias a irem trabalhar pela manhã. Reparei no azul do céu e na leve brisa que amansava o calor que preparava-se para a tarde: anunciavam algo diferente. O azul estava perfeito e a brisa modelava as cores dos tijolos vermelhos, das flores, das árvores. Senti a diferença num movimento de ascenção, quando percebi que não olhava mais o chão que pisava. As cores atraiam o olhar para cima, para o que a vista não alcança numa manhã de trabalho. Este renascer da percepção fez-me pensar que a realidade difere pouco, mas levanta do chão quando fazemos das suas cores uma nova interpretação, um novo olhar sobre uma simples segunda-feira.
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