terça-feira, 16 de setembro de 2008

Diferente olhar sobre o mesmo

Ontem desci a Avenida de Merignac até à Villagarcia de Arosa.  Matosinhos parece sempre igual junto ao Hospital Pedro Hispano, árvores ao fundo, no Parque de Real, os jardins, o Metro a ranger o ferro, as famílias a irem trabalhar pela manhã.  Reparei no azul do céu e na leve brisa que amansava o calor que preparava-se para a tarde: anunciavam algo diferente.  O azul estava perfeito e a brisa modelava as cores dos tijolos vermelhos, das flores, das árvores.  Senti a diferença num movimento de ascenção, quando percebi que não olhava mais o chão que pisava.  As cores atraiam o olhar para cima, para o que a vista não alcança numa manhã de trabalho.  Este renascer da percepção fez-me pensar que a realidade difere pouco, mas levanta do chão quando fazemos das suas cores uma nova interpretação, um novo olhar sobre uma simples segunda-feira.

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