O par de sapatos ao qual Bush escapou hoje é a possível resposta ao grande equívoco que alimentou nos dois mandatos como presidente dos EUA. Um equívoco do qual, como qualquer responsável que deixará de o ser, quer desfazer-se em prol da sensação de dever cumprido, ou pelo menos para ter menor peso na consciência.
Para o povo iraquiano, atirar os sapatos é como um último grito de revolta, um insulto póstumo, uma justiça tardia com simbolismo moral, mesmo que não devolva paz ao seu dia-a-dia. O sapato que incomodou Bush persiste em seu riso nervoso diante da situação, aparente bom humor perante o derradeiro e justo insulto que por certo sofrerá neste país.
O que ficará para a Hístória? Perdas inúteis, interesses desumanos pelo controlo de um país rico em petróleo, e, mais do que isso, uma pedra pesada a tirar do sapato.
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