São quase 21h30. O pai já despediu-se da filha. A casa volta a estar semi-iluminada, semi-habitada. Ele vê as notícias, a terça-feira que se aproxima, o tempo a passar. Tem à sua frente o pixel vivo do televisor LCD, que também é seu monitor, que também é parte desta sede que o liga ao mundo, A Rede.
É inacreditável a força desta Rede, que nos aproxima, nos une, nos torna uníssonos. Somos cada qual em cada vida, a que escolhemos, e participamos activamente na vida dos outros “cada uns”, dos espelhos semi-habitados, dos reflexos por iluminar em outro canto qualquer do mundo.
Também é já parte deste espelho incompleto em busca de reflexo. É parte de algo que está sempre por descobrir. Parte de qualquer coisa, e agora cá, a esta hora, neste lugar, o pai é semi-qualquer coisa.
1 comentário:
o pai nunca é semi-qualquer coisa se já aprendeu o jogo da presença-ausência - a cena fulgor do encontro
quando ela parte, fica contigo e tu vais com ela, no laço afetivo que construíste/construíram
lê o que escrevi no noticias do cais
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