segunda-feira, 21 de abril de 2008

A cabeça da inconfidência

Conta a lenda que quando Tiradentes foi enforcado, o sino da igreja fez-se ouvir cinco vezes, mesmo que tal fosse proibido durante uma execução.  Apesar da lenda, o que mais me fascina é o fato de sua cabeça ter sido roubada e que nunca mais tenha aparecido.  Liberdade que se faz tarde, morte por um ideal, mártir:  Tiradentes teve a coragem que poucos têm, a de assumir a face de uma revolta, a vontade reprimida de um povo.  Mas sua cabeça foi roubada, e de que serve sua bandeira tornar-se bandeira de seu estado se o ideal é esquecido?  Não aplico diretamente ao Brasil, mas ao Mundo.  Ainda falta-nos aprender com o passado, construir sobre as pedras revoltas da guerra, saciar a fome ao invés de alimentarmos nossas futilidades, apagar a sede com a água da nossa banheira de hidromassagem.  Muita coisa, quase nada.  A cabeça desapareceu, as datas comemoram-se e o tempo permanece encoberto.

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