sábado, 29 de março de 2008

envelhecer

reflexo cruel que mostra o corpo que não é minha alma.  minha pele ganha rugas enquanto escuto músicas da adolescência, de viagens que fiz há anos, de tempos que não voltam.  vejo apenas o chão preto, uma rua vazia, uma madrugada silenciosa e enevoada.  ao fundo a luz da memória, ecos que não me deixam dormir, espelho da incongruência entre matéria e espírito. choro. o tempo rui, o metro continua a ranger no ferro, o tempo reconstrói, a memória viva não pode ser esquecida, mesmo que perca-se em linhas digitadas num post de um blog.  envelheço as palavras, envelheço as memórias, e desenho a esperança necessária para novos tempos, pois envelhecer nada mas é do que ganhar experiência e perder juventude.

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