Cheguei à Portugal em 1994. Acompanhei o início do modelo comercial e popular da internet, com o "Netpac" e mais tarde com o "flat rate" da Esotérica. Durante férias anteriores a 1994, observei o nascimento das TVs privadas SIC e TVI. Mais tarde, já em Portugal, converti-me à TV Cabo e recentemente, já com uma televisão HD, preparo-me para a era digital. Internet e TV, entre outros meios de comunicação em rede, transformam o próprio conceito de media digital, em que nós próprios fazemos a História, com nossas próprias vidas e em que somos parte do nosso próprio entretenimento: web 2.0.
Mas a palavra que mudou o mundo nos últimos tempos, e que nasceu de digitus (dedo em Latim), renasce mais uma vez com a media, com a participação de todos que já participavam da web 2.0, mas agora através de uma nova identidade, virtual, na forma de um avatar. As contribuições que antes faziam a História agora o fazem sob a forma de uma ficção de si mesmo, como se precisássemos de uma nova pele para vivermos novas vidas, férias do nosso dia-a-dia, do nosso corpo, da nossa família, dos nossos amigos, ... E quando voltamos dessas férias temos a certeza de que os dedos que apontaram para a grande mudança digital agora o faz mais do que meramente participativa, mas também criativa, pró-activa, reinventando a si próprio, questionando a própria manifestação, o próprio desejo, o próprio eu... estamos a caminho da web 3.0.
2 comentários:
A tua apreciação do fenómeno é muito optimista (espero que assim seja). Se a web 2.0 constituir apenas um canal de fuga e alienação, não há questionamento possível, não há contestação. Parabéns pelo teu blogue, faz a diferença na rede.
Há que se acreditar nas diferenças, nas minorias que mudam o mundo, na pequena gota de água da torneira em dias de seca.
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