Da sandes de presunto com o vinho verde da aldeia
Do sol de inverno à beira da janela, a olhar o campo de milho
De ver minha avó paterna com a foice a cortar a erva
De tocar a superfície congelada da água do tanque
Do céu estrelado da madrugada, sem poluição
Do sofá que ficou vago quando meu avô materno foi dormir
Do pão-de-ló húmido que como na Páscoa
Da lareira acesa e do fumo que cura os chouriços
Das tardes de piquenique na Senhora da Mó, da família reunida
Das pedras parideiras, da neve do inverno da Serra da Freita
Do banco que meu pai fez quando era criança
Das paredes de pedra da casa dos meus avós paternos
Do chão de madeira com buracos
Sinto falta
E cá divago no passado, perto e longe de Arouca.
2 comentários:
Algumas dessas coisas agora só vivem na tua/nossa lembrança (o avô materno, o ambiente antes da desintegração familiar na casa dos avós paternos...). Outras ainda são possíveis de apreciar (o pão-de-ló... )ou preservar (o banco de madeira feito por uma criança - e não um jovem - quando era um pequeno aprendiz de carpinteiro). Gostaria que os filhos desse menino carpinteiro se empenhassem desde já em preservar esse banquinho, pelo imenso valor afetivo. Senão ele corre o risco de ir para o lixo, numa reforma da casa feita pelos futuros proprietários. (Isto ocorreu com objetos, para mim preciosos, dos meus avós...)
Obrigado, já corrigi para criança.
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